DESASTRE EM MINERAÇÃO: EXPRESSÃO DA SOCIEDADE DE RISCO?

Autores

  • Tânia Maria Silveira FACIG

DOI:

https://doi.org/10.21576/pa.2020v18i2.1900

Resumo

Os desastres tecnológicos em mineração são cada vez mais recorrentes, com maior intensidade e abrangência. Alguns autores consideram que riscos, ameaças, desastres e catástrofes são consequências dos avanços tecnocientíficos próprios da sociedade atual pós-industrial. Destas constatações, decorrem o interesse por verificar se desastre tecnológico em mineração é uma expressão da Sociedade de Risco. O objetivo do estudo aqui apresentado foi verificar a pertinência da teoria de Aurich Beck (2011) enquanto arcabouço teórico para compreender os aspectos político-econômico e institucional do  rompimento de barrangens de rejeitos de mineração tendo por refernência empírica o desastre de Mariana (MG). Embora os desastres sejam um fenômeno antigo, desastre em mineração é um tema recente na pesquisa em ciências sociais. Por esse motivo, atualmente existe uma busca por abordagens teóricas que sirvam ao aprimoramento da compreensão desse fenômeno social. Este artigo é uma revisão de literatura para análise de estudo empírico na qual, além da obra de referência, foram utilizados artigos científicos disponíveis em sites especializados, notícias de jornais, relatórios e outros documentos institucionais encontrados na internet.

Biografia do Autor

Tânia Maria Silveira, FACIG

Mestre em Política Social e doutoranda em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Especialista em Desenvolvimento Local pela Universidade Católica de Lyon (França) e bacharel em Serviço Social pela Faculdade Salesiana de Vitória. Experiência em formação profissional superior atuando como docente e gestora em educação; consultora em planejamento e gestão; assessoria parlamentar atuando no campo dos direitos humanos, das diversidades, do controle democrático e da política social. Possui trajetória em organização não-governamental, nos movimentos sociais e em conselhos de direitos.

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Publicado

2020-04-17

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Artigos